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Cuidados com os olhos das crianças

A visão é um sentido fascinante, que nos permite a descoberta do mundo desde os primeiros meses de vida. E essa importante ferramenta do nosso organismo requer todo o cuidado e atenção desde o nascimento. Os cuidados com a visão da criança já começam na maternidade com a realização do teste do olhinho, uma triagem feita pelo pediatra. Esse procedimento não revela diagnóstico e também não indica se a criança tem algum grau. A funcionalidade do teste, realizado por meio de um instrumento denominado oftalmoscópio, é para apontar alguma deficiência congênita mais grave, como uma catarata congênita, por exemplo.
 
O médico oftalmologista pediatra Diogo Paula Soares explica que, a partir do resultado do teste, são definidas as etapas de acompanhamento da criança com o oftalmologista. “Se deu normal, vai fazer o acompanhamento pediátrico e voltar ao oftalmologista com 6 meses de vida, porque nessa idade está na fase final do desenvolvimento da mácula, que começa a fixar melhor e a criança começa a ter a visão mais centrada”, diz.
 
Em seguida, a próxima consulta ocorre com um ano e, a partir de então, o ideal é o retorno anual ao oftalmologista até os 8 anos de idade da criança, quando o desenvolvimento visual está na fase final. Soares alerta que esse acompanhamento é indispensável ao se levar em conta que as doenças oftalmológicas nas crianças não comprometem apenas a visão dos pequenos, mas também podem afetar o desenvolvimento como um todo. “As doenças que mais acometem as crianças são altas graduações, altas hipermetropias, que é o grau mais comum na infância. Também podem ser diagnosticadas altas miopias, altos astigmatismos e anisometropia, que é uma diferença de grau entre os olhos, uma situação muito traiçoeira. Por exemplo, já tive caso de paciente com 0 grau em um olho e 6 graus de hipermetropia em outro. Isso requer o uso de óculos e começar todo um trabalho para desenvolver uma visão adequada no olho que tem grau mais alto”, pondera o médico.
 
Segundo ele, outro elemento importante que deve ser considerado para o acompanhamento oftalmológico é a dificuldade da própria criança em relatar aos pais problemas para enxergar. Quando isso ocorre, pode ser tarde demais. “Criança quando chega aos 8 ou 9 anos de idade já está terminando o desenvolvimento visual. Por isso, é interessante fazer esse exame antes. Muitas vezes a criança que enxerga mal acha que aquilo é o padrão normal”, explica o médico.
 
Soares diz que, para definir os óculos ideais para cada criança, é necessária a definição de boa história clínica, o que consiste em conversar bem com os pais, saber quais são as queixas da criança, quais são os sintomas, e obter informações sobre o histórico familiar. “É importante saber como foi a gestação, se a mãe teve alguma doença, alguma infecção durante a gestação, como foi o nascimento, se nasceu prematura, pelo fato de crianças que nascem prematuras terem um risco maior desde estrabismo, até alterações na retina”.
 
Ainda segundo o oftalmologista, é importante também questionar os pais sobre como está a saúde geral da criança e se faz uso de medicamentos. Após a realização dessa história clínica, parte-se para o exame físico. A primeira etapa consiste em avaliar como está a fixação da criança, se é central ou não, se tem algum tipo de desvio ocular, algum tipo de estrabismo.
 
No exame também ocorre uma avaliação para a verificação quanto à possibilidade de alguma má-formação anatômica estrutural. “Para esse exame, em praticamente todos os casos das crianças, é preciso dilatar a pupila para que se possa enxergar o fundo de olho e assim definir o grau correto. O olho da criança faz muita compensação de grau. Dilatando a pupila e utilizando um aparelho chamado retinoscópio, consegue-se, com o auxílio de uma régua de refração, saber exatamente que grau essa criança tem”, relata Soares. O oftalmologista esclarece que existe um protocolo que, dependendo da idade, é possível estabelecer se o grau é fisiológico, ou seja, normal e do próprio desenvolvimento do olho, ou se é um grau patológico. O médico oftalmologista destaca que cada caso precisa ser tratado de maneira individualizada.
 
O fato de as crianças estarem em desenvolvimento e passando por constantes mudanças impede a realização da cirurgia refrativa nessa faixa etária, uma vez que o resultado duraria pouquíssimo tempo. “O problema que existe em crianças e sobre o qual é possível ter alguma interferência em graduação é o caso da catarata congênita. É retirada a catarata e, dependendo da idade da criança, você pode colocar uma lente ocular, mas mesmo nesses casos a criança acaba tendo que usar óculos”, elucida.
 
Os óculos, inclusive, são o método de tratamento quando o assunto é grau, exceto casos de anisometropias muito grandes. Por exemplo, se a criança tem zero grau num olho e dez no outro, ela não consegue se adaptar a óculos porque a diferença de graus de um olho para outro é muito grande. Nesses casos, é possível usar uma lente de contato.

Doenças oftalmológicas podem ser congênitas ou adquiridas

Algumas doenças são congênitas e outras adquiridas ao longo da vida. O ceratocone é adquirido principalmente por crianças que coçam muito o olho, o que aumenta a possibilidade de a doença surgir durante a adolescência. Já o glaucoma, por sua vez, pode ser congênito.
 
A catarata é, na maioria das vezes, senil e acomete pacientes idosos. No entanto, há casos congênitos da doença, em que a criança já nasce com opacidade de cristalino. “Está muito relacionada a infecções intrauterinas, principalmente rubéola, que ocasiona uma incidência alta de catarata congênita bilateral. Catarata congênita normalmente você tem que operar precocemente. Assim que a criança tiver condições anestésicas, quatro meses para frente em geral, já se pode fazer a cirurgia, porque se deixarmos aquela opacidade sem fazer nada, o olho não se desenvolve adequadamente”, explica Soares. O médico alerta que algumas crianças operam a catarata congênita somente aos 3 ou 4 anos e acabam não tendo um bom prognóstico, pois a visão já está comprometida. “Nas crianças, se a visão não é adequada, isso acaba atrapalhando outros desenvolvimentos”, afirma o médico.
 
O oftalmologista relata ainda a possibilidade da ptose congênita, popularmente conhecida como pálpebra caída. “Se está ocluindo o eixo da visão, se está comprometendo a visão, tem que operar logo também. Ela pode causar uma deficiência muito parecida com a catarata e não deixa a criança desenvolver a visão de forma adequada”, afirma Soares.

Fique por dentro de recomendações importantes

As principais sugestões por parte do oftalmologista Diogo Paula Soares são fazer as consultas de rotina mesmo que a criança não tenha nenhuma queixa ou nenhum sinal. “O fato de a criança não ter queixa ou não ter sinal não significa que ela não tenha nada. Ela vai fazer o teste do olhinho e aí segue aquele protocolo do qual falamos: um ano, dois, e vai trazendo de preferência anualmente, até os sete, oito anos de idade”, diz Soares. Ainda de acordo com o oftalmologista, tão importante quanto os pais é o pediatra estar alerta. “É importante que ele alerte os pais a levar os filhos ao oftalmologista. É importante seguir esse protocolo das idades. Se aparecer alguma coisa, com o tratamento iniciado de forma precoce, a chance de prognóstico é maior”, conclui.

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