Juventude e Tecnologia: o celular pode ser uma ameaça à saúde visual
Os smartphones se tornaram realidade e dominaram o mercado tecnológico na década atual. Hoje em dia as pessoas estão cada vez mais cedo conectadas através do mundo digital, mas essa relação pode representar um grande perigo para crianças e jovens que utilizam os aparelhos além do tempo recomendado. Os resultados são complicações na saúde visual.
Juliana Almodin, médica oftalmologista atuante na região de Maringá, ressalta que as novas tecnologias têm chegado muito rápido às mãos de nossas crianças. “Antes nossa preocupação se restringia a que elas não ficassem tanto tempo em frente à televisão, mas hoje temos uma preocupação maior, que se estende aos tablets, celulares e smartphones”, pondera. Recomendações da Academia Americana de Pediatria advertem que bebês entre 0 a 2 anos não devem ter nenhum contato com a tecnologia. Entre 3 a 5 anos, devem ser restringidos a uma hora por dia e de 6 a 18 anos a permissão deve ser de duas horas por dia.
A realidade tecnológica atual permite o desenvolvimento de aplicativos de fácil manuseio que possibilitam crianças de 3 ou 4 anos de idade os utilizarem com facilidade. Porém, a exposição precoce à tela do celular representa vários riscos. Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia apontam que 20% das nossas crianças apresentam algum erro refrativo, e a miopia já é considerada a mais comum entre as crianças, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). “Sabemos que o uso prolongado de celulares, tablets, computadores e afins pode levar ao agravamento dessa patologia. Além disso, também temos um aumento da miopia decorrente da falta de atividades ao ar livre”, alerta Juliana.
A médica explica que a visão humana conta com mecanismo conhecido como acomodação. Essa estrutura permite focalizar objetos distantes e mais próximos, e esse foco é feito com a contração do músculo ciliar. “O excesso no esforço pode causar o aumento da miopia”, ressalta a médica. Um fator agravante é a utilização dos aparelhos em locais de pouca ou nenhuma luminosidade. “Leitura em ambientes mal iluminados pode provocar cansaço dos olhos. Com pouca luminosidade, nossas pupilas se dilatam para aumentar a entrada de luz, reduzindo a profundidade de foco. Por isso, quem lê no escuro faz mais esforço com os olhos. O resultado, muitas vezes, é fadiga ocular e dor de cabeça”, diz Juliana.
Contudo, a médica esclarece que nada disso tem relação com o eventual aparecimento de ametropias (miopia, hipermetropia, astigmatismo) ou com o aumento do grau de suas lentes corretivas. “Para uma leitura mais confortável em ambientes escuros, use uma fonte de luz direcional. Isso aumenta o contraste do material a ser lido e evita o cansaço dos olhos”, orienta.
Impor limites é fundamental
A oftalmologista destaca que, para evitar prejuízos à saúde da visão das crianças e adolescentes, é fundamental a imposição de limites por parte dos pais ou responsáveis. “Na posição de pai ou mãe, é possível perceber que o comportamento dos filhos é reflexo do meio em que ele habita. Por isso, é essencial que seja estabelecido um limite saudável entre o computador e outras atividades”, enfatiza Juliana.
A médica recomenda a criação de uma rotina com a definição dos horários das refeições e procurar fazer ao menos uma delas com a família reunida. A médica orienta ainda a criação de uma agenda de horários para a interação nas tarefas estudantis de casa dos filhos e a organização de um cronograma de acesso à televisão, computador e videogame.
Eletrônicos e aparecimento de doenças
O uso irrestrito de aparelhos eletrônicos como smartphones, tablets, computadores, TVs e outros pode ocasionar o aparecimento de algumas doenças. Juliana explica que miopia, cansaço ocular e cefaleia causados por esforços visuais são possibilidades reais nesses casos. “Porém, não podemos nos esquecer de todos os outros os outros inconvenientes que podem aparecer, como: problemas de aprendizagem, déficit de atenção, obesidade devido ao sedentarismo, falta de sono, depressão e ansiedade infantil”, diz a médica, complementando que os celulares, por emitirem radiação, tornam as crianças mais suscetíveis a doenças como o câncer.
Médica recomenda exames periódicos
A oftalmologista também faz algumas recomendações quanto à realização de exames periódicos no sentido de prevenir problemas visuais originários das práticas citadas. “O primeiro exame oftalmológico na criança já deve ser feito ao nascimento, que seria o teste do olhinho. Caso não tenha alteração alguma a partir de um ano até os dois anos de idade, o exame é indicado a cada 6 meses”, orienta Juliana. Ela destaca ainda que, a partir dos dois anos, o exame deve ser realizado anualmente até os 10 anos caso não haja nada de errado, e de preferência com um oftalmopediatra.
A principal dica é levar a criança para fazer uma avaliação oftalmológica completa de seis em seis meses até completar dois anos de idade, e depois marcar exames anuais até os 10 anos ou sempre que houver necessidade. “Além disso, recomendo que os pais restrinjam o tempo de uso dos aparatos tecnológicos. O importante é estimular brincadeiras ao ar livre, de preferência em locais abertos como parques”, recomenda Juliana.
Outra orientação interessante por parte da médica é para que os pais prestem mais a atenção no que os filhos têm a dizer e que brinquem com eles o máximo possível. “Além disso, dê preferência à comunicação oral. Levar trabalho para casa também não deve virar uma rotina. Vivemos hoje num mundo tecnológico onde nossos relacionamentos estão cada dia mais virtuais”, conclui e indica a médica.
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